A autorregulação privada no setor da saúde e seu impacto positivo, por meio do controle mútuo entre os diferentes stakeholders — especialmente na indústria farmacêutica —, foi tema apresentado pelo Instituto Ética Saúde no Summit Interfarma 35 anos, realizado entre os dias 21 e 23 de outubro, em Brasília.
O painel “Indústria farmacêutica de Pesquisa: Reputação, Ética e Futuro” contou com a presença do diretor executivo do Instituto Ética Saúde, Filipe Venturini Signorelli; da coordenadora-geral de Promoção de Integridade Privada da Controladoria-Geral da União (CGU), Monique Zuidema; do advogado especialista em compliance Alexandre Dalmasso; e do vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Dr. Jeancarlo Cavalcante, que discutiram o valor da integridade e da ética nas relações do setor farmacêutico e de outros atores da saúde.
Durante o painel, foi destacado que é essencial que cada agente do setor exerça o autocontrole e participe ativamente dos processos de integridade. O Instituto Ética Saúde foi apresentado como um exemplo prático de autorregulação efetiva, pautado na transparência, ética e resultados concretos. Foram mencionados os acordos de cooperação firmados com entidades públicas, organizações privadas associadas e frentes parlamentares, reforçando a atuação técnica e institucional do Instituto. Venturini ressaltou “o caráter técnico e o novo momento institucional do IES, que vem se reposicionando diante do setor público e privado, especialmente nos que apontam para resultados concretos no processo a autorregulação privada no recorte da transparência e integridade e como seus impactos no setor da saúde, bem como o trabalho junto à Frente Parlamentar de Fiscalização, Integridade e Transparência (FIT), no que tange ajustes nas propostas do ‘Sunshine act brasileiro’”.
Outro tema apresentado, focando a importância dos diálogos entre os stakeholders, unindo toda cadeia de valor, foi a baixa adesão de médicos – como apontou matéria jornalística: apenas cerca de 30 – à Resolução CFM nº 2.386/2024, que exige transparência de vínculos com indústrias da saúde. Venturini destacou: “Nos colocamos à disposição do Conselho Federal de Medicina e dos demais participantes para colaborar com nossa expertise na autorregulação privada e houve consenso quanto à importância do diálogo e da cooperação”.
Na interação com o público, o diretor executivo do IES mencionou a elaboração de um documento de fomento à ética e integridade na formação dos profissionais da saúde, voltado a combater não apenas a corrupção, mas também qualquer disfunção operacional que gere prejuízos aos setores público e privado. “O texto propõe medidas estruturais, como a alteração das diretrizes curriculares, com o objetivo de tratar as causas dos problemas éticos de forma mais profunda e preventiva, de modo transversal, durante toda formação daquele que será o futuro profissional da saúde”, concluiu.
Compartilhe